Face à la mer
Parto para cruzar o Atlântico.
Asas de metal me levam com os meus sonhos.
Duas libélulas enamoradas,
em seu vôo de cópula,
ensaiam um ménage à trois
com as asas do pássaro metálico.
De nada adianta pisar as nuvens,
pois me foge a cauda do Sol,
que dobra em definitivo a esquina do Ocidente.
De resto,
só o sono,
fuga reconciliatória do ser imperfeito.
Despistamos o Sol!
Ah! Ele desprezou os meus anos de “pique-pega”...
Foi só correr para o Oriente, e pronto...
Mas o espanto foi só meu,
porque ele passou alheio
às regras de meu jogo.
Segue o dia,
e as águas mediterrâneas
azulam meu eu verde.
Grãos de areia, fundidos em pedras,
com a liga secular do sangue humano,
como que a dizer:
– Não divague, homem,
esqueça o manto das ondas
que disfarçam os naufrágios.
(Verdes Versos)
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Cumuruxatiba
Postado por Jorge Elias às 6:23 AM 9 comentários
Marcadores: Poema
domingo, 28 de outubro de 2007
Viajante lunar
Hoje vi a Lua boiando tranqüila, nas águas de uma lagoa.
Mergulhei os pés na Lua.
Várias Luas surgiram, em torno de mim,
foram crescendo, crescendo...
Fiquei cercado pelo luar.
(Verdes Versos)
Postado por Jorge Elias às 11:24 AM 2 comentários
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