I
A vida;
esse diário de olhares.
II
E nós que já não
nos vemos nos olhos.
III.
Mas como perder de ver
esse seu jeito de vestir despindo-se
ilustrando de verde a manhã das decrepitudes.
(O estalo da palavra)
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Iluminuras
Postado por Jorge Elias às 2:35 PM 4 comentários
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quarta-feira, 9 de julho de 2008
Cúmplice
Não trairia
esse dorso
por mais que pudesse
Deixei que o cheiro
perdido em sua nuca
retardasse o amanhecer.
Enquanto dormias
desfiz os gestos
de seus arroubos.
Não trairia
esse gosto
por mais que quisesse.
Já coloquei
todos os parênteses
em nossa existência.
A porta ficou fechada
para a monotonia
da brisa.
O sol aqui
desfiou a esteira sob a areia
para que queimássemos os pés.
Não trairia
esse gozo
por mais que esquecesse
Aprendemos juntos
a revirar as gavetas
e destronar deuses.
A tradição dos dias
tropeçou no tapete
da entrada de casa.
Não trairia
Esse rosto
por mais que envolvesse
Na casa
cada crime
vira papel de parede
Os filhos aprenderam
sobre a mentira
de alguns beijos.
Não desperdiçamos
intenções
no café da manhã.
Não trairia
esse furor
por mais que sofresse
Aprendi
a usar um olho
para revolver o chão.
Testamos a saúde
celebrando
verdades prematuras
Não sobra
espaço entre as mãos
que se apertam
Por essas bandas
a luz não veste
cor de monotonia.
Não trairia
esse momento
por mais que vivesse.
(Para não dizer que não falei...)
Postado por Jorge Elias às 11:32 AM 11 comentários
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